20 de dezembro de 2012

Absolutamente tudo


   Acordou, olhou para o despertador, 07:15h, estava atrasado. Correu, não teve tempo de fazer o de costume, pegou uma maçã, dirigiu-se ao carro. No trânsito viu um pai levando sua filha à escola, parecia seu primeiro dia de aula, os dois atravessam a faixa brincando com bolhinhas de sabão, mas estava apressado demais para apreciar aquela cena não conseguiu pensar em outra coisa a não ser no sinal verde. Passa a primeira, corre. Chega ao trabalho, encontra um violinista tocando alguns metros à frente, mas não ouve a canção. Pega o elevador, encontra um sorriso. Chega na sala, milhões de coisas pra fazer, vários papeis para ler. O tempo passa, a hora do almoço chega, prefere ficar e adiantar o serviço. Por poucos minutos viu-se desesperado, sem tempo para fazer tudo aquilo que desejava, se controlou, seguiu em frente. 18:00h, os papeis não estavam todos prontos, estava cansado demais para continuar, pega suas coisas, refaz o caminho para casa. Janta, vai pro quarto, se ajoelha. Enquanto ora percebe que Deus estava presente em seu dia em todas as coisas.
   Deus era pressa de estar no trabalho para cumprir um compromisso e fazer a coisa certa. Deus era o amor de um pai e uma filha, a felicidade de estar com ela em um momento tão importante como o seu primeiro dia de aula. Deus era o vento que levava as bolhinhas de ar e a doce sensação de as ver estourar. Deus era a música que saia do violino, a inspiração do violinista, a atração que chamava as pessoas para ouvi-lo e a compaixão que as fazia dar algumas moedas para ele. Deus era o sorriso do elevador, porque Ele é a verdade e não existe nada tão verdadeiro como uma felicidade estampada em um sorriso. Deus era o tempo, porque Deus é o Senhor tempo. Deus era o jantar, porque Ele é quem trazia comida para a sua mesa. Deus era os joelhos dobrados no chão porque Deus é redenção. Deus era as palavras que saiam de sua boca e Deus era também o entendimento delas. Deus era tudo, Deus é tudo e nada jamais faria sentido sem Ele.

Paula Macena

2 de agosto de 2012

Da massa de modelar a realidade


   Você já ganhou uma massa de modelar? Já teve uma de cada cor, transformou em várias coisas e brincou sem parar?  Eu já! Mas e se a gente avaliasse melhor toda essa brincadeira e a transformasse em algo um pouco mais sério? Você entenderia se eu contasse pra você que Jesus virou uma grande massa de modelar na mão da humanidade? A brincadeira virou algo serio.
   Nós pegamos a massa, projetamos nela algo que queremos, algo é conveniente para nós, e fazemos dela o reflexo de quem somos. Puf! Jesus virou nosso brinquedinho! Projetamos nele aquilo que nós somos, aquilo que temos medo, que estamos frustrados, e ele acaba virando o que nós achamos que ele é. Nós fazemos de Jesus alguem parecido conosco. Se somos chatos e desprevenidos, fazemos dele alguem que não sabe o que está fazendo, se somos bravos e impacientes, transformamos ele em um juiz  mau-humorado que só  pensa em nos mandar para o inferno. Como se cada um de nós tivéssemos uma massinha diferente que pudesse ser moldada.
   Mas Jesus não é massa de modelar para fazermos dele o que quisermos e aí chegamos ao grande problema: achamos que conhecemos o Jesus com "j" maiúsculo, mas na verdade estamos apenas  interpretando-o de acordo com o que nós somos. O Jesus da mulher do fluxo de sangue, por exemplo, se ela o visse da forma como ela tinha noção de si mesma Jesus seria só um homem fraco, incapaz de cura-la, mas dele saiu poder e o sangue cessou, não foi? A hemorragia teve fim. Se Saulo visse Jesus como ele via a si mesmo jamais voltaria a enxergar, porque se ele estivesse no lugar do Senhor e tivesse feito tudo o que fez não liberaria perdão para a perseguição que fez a Igreja, mas Jesus o transformou, lembra? Saulo virou um grande pregador do evangelho e a cegueira também teve fim.
   Temos que parar de moldar Jesus como queremos, como achamos que Ele é. Precisamos busca-lo! Parar de ter preguiça de conhece-lo através da Palavra. É hora de encontrar realmente o verbo que virou carne, o filho de Deus que veio para nos salvar. Jesus é aquele que transformou Saulo em Paulo, Jacó em Israel, Hadassa em Ester, Abrão em Abraão. Jesus é salvação, é liberdade, é amor. Jesus é vida! Temos que conhecer o Jesus que inspirava Davi a compor, o que fez a cadeia tremer e libertou Paulo e Silas da prisão. Que as massas de modelar fiquem no passado, que fiquem com as brincadeiras de criança, que não se transformem em algo sério!

Paula Macena

9 de maio de 2012

Os sonhos do jovem rico


   Pensei em várias formas de começar esse texto, pensei se estaria sendo muito dura escrevendo o que vou escrever, mas quando a gente decide viver o Evangelho tem mesmo é que dar a cara a tapas. Lembra do jovem rico? Sabe aquele momento em que Jesus disse ser necessário ele deixar de lado todos os seus bens e segui-Lo? Pois então, hoje eu decido me colocar em seu lugar, em sua escolha.
   Acredito que naquele momento muitas coisas devem ter se passado na cabeça daquele jovem, que como a bíblia mesmo nos diz, conhecia a Palavra. Imagino ele atordoado com aquilo que Jesus acabava de dizer, sem ação, confuso por não saber o que escolher e muito assustado com a possibilidade de ter que deixar tantas coisas para trás. Era uma escolha difícil a se tomar, principalmente para um jovem.
   "Senhor, e agora? E todos os meus planos? E os meus sonhos?" Falar de planos e sonhos é muito complicado, né? Ainda mais quando a questão em destaque é desistir dos mesmos. Já percebeu como nós planejamos e sonhamos? Temos sempre tantas metas, tantos objetivos, tantos sonhos... Com o jovem rico não era diferente. Talvez ele fosse dono de algum negocio e consequentemente tivesse planos para o seu mercado, talvez estivesse noivo e toda a sua fortuna seria necessária para sustentar sua futura esposa, não sei, o fato é que o "largar tudo" implicava em deixar todas essas coisa para trás.
   Vez ou outra me comparo que esse jovem, e como é difícil fazer isso! Rever sonhos, repensar planos, trassar novas metas. tudo isso nos faz um grande "rasgo na carne", afinal são nossos desejos. Mas Deus coloca a nossa cara no chão, sabe? Ele nos mostra que todos esses sonhos e planos não valerão a pena serem concretizados, se Ele não for o motivo deles, se Ele não estiver a frente deles. E dói, viu?! Dói morrer pra carne, dói desistir, mas acredito que  por muitas noites o jovem rico botou a cabeça no travesseiro e não conseguiu dormir quando lembou que ao invés de desistir dos seus sonhos ele havia desistido dos sonhos Deus para sua vida.
   "Nossa, Paula! Significa que se eu não desistir dos meus sonhos estarei deixando Deus de lado?" Deixar Deus de lado depende muito do sonho que você escolheu seguir e se escolhendo esse sonho não terá mais tempo pra viver para Ele, isso siginifica passar muitas horas analisando ate chegar a escolha a ser tomada. Acho que o melhor conselho que posso dar é pensar bem, antes de qualquer decisão final e pôr em oração todos os seus sonhos pra saber se eles estão em sintonia com os do Senhor.  Aconselho também a você matar - anular - o jovem rico que existir em você. E lembre-se, as vezes é necessario "abortar" um ou mais sonhos para que outros possam ser '"fecundados".


13 de abril de 2012

Ao nascer o sol


   Quando o Senhor passa a ser o motivo de nossas vidas as coisas começam a fazer sentido. Por exemplo: sabe quando você não conseguia entender o porque do sol nascer para os justos e para os injustos também? Ou quando você se perguntava o porque do sol não clarear somente a sua casa, mas também a casa do homem que está espancando a sua mulher nesse mesmo momento? Parecia que não fazia diferença ser bom ou ruim, afinal, o sol nasceria para todos na manhã seguinte e assim seguiria o curso natural da natureza, dia após dia.
   Sua visão era de um Deus injusto, sua pergunta era a seguinte: "Como pode um Deus de amor  fazer nascer o sol todas as manhã sob pessoas que não merecem o seu brilho, ou o aquecimento de seus corpos?." O Deus que você conhecia era um que por ser bondoso demais acabava não tratando com justiça aqueles que, para você, não eram "bons". Muitas das vezes você até  mudava o seu pensamento e na verdade a resposta de tudo era que Deus era um cara muito mau e por isso não dava somente aos "bons" o privilégio do nascer do sol.
   Mas quer saber por que as coisas mudam quando Deus é o centro de tudo em nossa vida? É porque nós começamos a conhece-Lo pelo o que Ele realmente é, não por perguntas que não foram respondidas, não por coisas que não foram feitas, não por bençãos que não chegaram ao nosso lar, mas, por quem Ele é de verdade. Aí nós passamos a entender que o sol nasce todos os dias não porque só alguns merecem,  mas, porque o nascer do sol é uma demonstração de amor do próprio Deus. Nós entendemos que mesmo com os erros de tanta gente o amor de Deus nunca falha, nunca acaba e é por isso que o sol nunca deixou de nascer, porque o amor de Deus está revelado sobre ele e por Sua misericórdia se renovar a cada manhã o sol permanece lá, intacto, sem nunca se atrasar, como um simbolo de perfeição, como uma pequena demonstração da perfeição de quem o criou.
   Não importa o quanto a noite anterior foi escura ou fria, a única certeza que nós sempre teremos é que o sol nascerá, clareará nossa  manhã e aquecerá todos os  corpos, sejam eles o do pobre ou do rico, do político ou do advogado, do delegado ou do ladrão, médico ou do paciente, da costureira ou da modelo e será assim ate o fim dos tempos.


29 de fevereiro de 2012

O Próximo da Rua


   Eu tenho uma estranha mania... As vezes paro um pouco e tento imaginar como é a história de alguem que vejo caminhando pela rua, penso no seu nascimento, se os seus pais a amaram de uma forma que ela se sentisse importante, se todos os desapontamentos e frustrações, que qualquer ser humano tem, já foram sarados e enterrados, tento imaginar como seria a rotina dela, os amigos, o seu ambiente escolar e de trabalho. Penso muita coisa. E vez ou outra, tentando adivinhar algo que deixou uma marca em sua vida, penso se falhei na minha atitude de amar o próximo como a mim mesmo.
   O amor de fato é um dos sentimentos mais lindos que existe, o amor fez Jesus morrer numa cruz para nos salvar, morrer de uma forma que não deveria morrer e num lugar aonde não era digno de Sua majestade, mas por amor Ele morreu. Será que estamos morrendo também? Será que o amor pelas vidas nos faz desistir da nossa? Viver num mundo onde a regra é "cada um por sí e Deus por todos" me faz refletir no quanto estamos falhando nisso.
   Existem milhões de pessoa por aí a fora, andando pelas ruas, que se satisfariam com tão pouco, como um simples sorriso ou um abraço. Pessoas que estão tão sedentas por amor que  vão a lugares que possam oferecer isso a elas pelos menos 'por uma noite'. E aonde nós estamos? Deus não pede nada mais do que 'amar como a si mesmo'. Ele não pede que você ame alguem ou se dedique a alguem mais do que a você, Ele pede que você ame aos outros como você ama a si mesmo. E eu sei como é difícil fazer isso.  As pessoas são falhas, elas cometem erros, as vezes não só uma vez o mesmo erro, elas nos machucam, nos esquecem e nos deixam com raiva, mas todas essas pessoas são dignas do nosso perdão diário. Sim! Todas elas. Por mais difícil que seja, por mais complicado que seja, liberar perdão é uma ordem que vem do céu.
   Tento me sentir como Jesus se sentiu sendo negado três vezes por um discípulo tão amado, acredito que não tenha sido facil, mas isso me leva também a lembrar da conversa que Jesus teve com Pedro após sua morte e ressurreição quando o perguntava se ele de fato o amava. Justamente três vezes. Como se essas três vezes que perguntasse liberasse o perdão para cada negação daquele dia.
    Ao contrário do que o mundo pensa, ser perfeito não é não ter manchas ou não errar, ser perfeito é entender que em cada vida que passa pela rua há uma imperfeição, assim como há em nós. É entender que cada pessoa por mais ruim que pareça ser merece ser amada, por ela JÁ FOI, assim como nós não merecíamos, mas mesmo assim fomos. Ver pessoas andando pela rua sem saber ao certo qual o rumo de cada uma delas só me faz querer poder ama-las da melhor forma que posso, mesmo não conseguindo ama-las como merecem, mesmo elas sendo amadas sem merecer. Porque o amor é o vínculo da perfeição.