29 de fevereiro de 2012

O Próximo da Rua


   Eu tenho uma estranha mania... As vezes paro um pouco e tento imaginar como é a história de alguem que vejo caminhando pela rua, penso no seu nascimento, se os seus pais a amaram de uma forma que ela se sentisse importante, se todos os desapontamentos e frustrações, que qualquer ser humano tem, já foram sarados e enterrados, tento imaginar como seria a rotina dela, os amigos, o seu ambiente escolar e de trabalho. Penso muita coisa. E vez ou outra, tentando adivinhar algo que deixou uma marca em sua vida, penso se falhei na minha atitude de amar o próximo como a mim mesmo.
   O amor de fato é um dos sentimentos mais lindos que existe, o amor fez Jesus morrer numa cruz para nos salvar, morrer de uma forma que não deveria morrer e num lugar aonde não era digno de Sua majestade, mas por amor Ele morreu. Será que estamos morrendo também? Será que o amor pelas vidas nos faz desistir da nossa? Viver num mundo onde a regra é "cada um por sí e Deus por todos" me faz refletir no quanto estamos falhando nisso.
   Existem milhões de pessoa por aí a fora, andando pelas ruas, que se satisfariam com tão pouco, como um simples sorriso ou um abraço. Pessoas que estão tão sedentas por amor que  vão a lugares que possam oferecer isso a elas pelos menos 'por uma noite'. E aonde nós estamos? Deus não pede nada mais do que 'amar como a si mesmo'. Ele não pede que você ame alguem ou se dedique a alguem mais do que a você, Ele pede que você ame aos outros como você ama a si mesmo. E eu sei como é difícil fazer isso.  As pessoas são falhas, elas cometem erros, as vezes não só uma vez o mesmo erro, elas nos machucam, nos esquecem e nos deixam com raiva, mas todas essas pessoas são dignas do nosso perdão diário. Sim! Todas elas. Por mais difícil que seja, por mais complicado que seja, liberar perdão é uma ordem que vem do céu.
   Tento me sentir como Jesus se sentiu sendo negado três vezes por um discípulo tão amado, acredito que não tenha sido facil, mas isso me leva também a lembrar da conversa que Jesus teve com Pedro após sua morte e ressurreição quando o perguntava se ele de fato o amava. Justamente três vezes. Como se essas três vezes que perguntasse liberasse o perdão para cada negação daquele dia.
    Ao contrário do que o mundo pensa, ser perfeito não é não ter manchas ou não errar, ser perfeito é entender que em cada vida que passa pela rua há uma imperfeição, assim como há em nós. É entender que cada pessoa por mais ruim que pareça ser merece ser amada, por ela JÁ FOI, assim como nós não merecíamos, mas mesmo assim fomos. Ver pessoas andando pela rua sem saber ao certo qual o rumo de cada uma delas só me faz querer poder ama-las da melhor forma que posso, mesmo não conseguindo ama-las como merecem, mesmo elas sendo amadas sem merecer. Porque o amor é o vínculo da perfeição.


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